Oi gente!
Muito tempo que não venho aqui, tô numa correria...
Mas não abandono vocês quando tem notícia boa!!!
A empresa do meu estágio abriu uma outra vaga de estágio :D A melhor parte: provavelmente vai ser durante as férias de verão (no Brasil), quando a gente tem 3 meses de férias! Então não atrapalha a faculdade, nem nada!
A empresa paga o voo até o Japão e também tem acomodação própria, então você não precisa se preocupar com lugar pra morar!
Para se inscrever, é só clicar AQUI!
Não deixem de preencher o cadastro direitinho, ok?
DIVULGUEM E BOA SORTE!!!
quarta-feira, 15 de maio de 2013
terça-feira, 9 de abril de 2013
Acidentes acontecem...
Oi, gente!
Tudo bem?
Há quanto tempo!!
Enquanto São Paulo está lutando para dar espaço para as bicicletas, aqui em Tóquio é muito comum o pessoal ir pra cima e pra baixo pedalando. Eu acabei não resistindo e adquiri minha própria bici também.
Apesar de eu morar a 10 minutos a pé do trabalho, ou talvez por causa disso, eu sempre estou atrasada. Numa recente sexta-feira, não foi diferente. Neste dia, especialmente, eu estava com uma mala cheia de roupa e tranqueira, que eu coloquei na "cestinha". E, como ia sair à noite, fui de salto pro trabalho.
Super atrasada, fui descer correndo da bicicleta e acabei caindo dela. E ela resolveu cair em cima de mim.
Não consegui me levantar e um pessoal me ajudou. Mas foi bem assim: ajuda a levantar - "você tá bem?" - "sim" - "ok" - vai embora.
Bom, levantar eu levantei, mas andar... Fui tentar dar um passo e não consegui. Sentei num cantinho e ninguém veio me ajudar. Resolvi chorar de desespero, porque estava NA FRENTE do prédio onde trabalho, mas sem ter como chamar alguém. Até que uma baatchan (vovó) veio da lojinha dela até mim perguntando o que foi. Aí outra pessoa também parou para me ouvir e foi até o escritório chamar alguém.
Resumindo: não conseguia andar mesmo. E chamaram a ambulância. Fui pro hospital e o atendimento foi na hora, não esperei um nada (porque fui de ambulância. Indo normalmente pode ficar tranquilo que o chá de cadeira é igual ao do Brasil). Sinceramente, fiquei um pouco chocada com o jeito que é aqui, porque quem me examinou mesmo foram os enfermeiros. O médico só veio pra me abençoar, digamos assim, e ver o exame de raio-x.
No hospital da Universidade de Keio foi assim: cheguei no hospital, fui pra maca, mediram pressão, viram se eu sentia minha perna, tirei um raio x.
Ah, pra tirar o raio x aqui tem que fazer exame de gravidez. Eu NÃO sei falar exame de gravidez em japonês -ainda-. Segue o diálogo com o enfermeiro:
Enfermeiro: "X Ray... @*Y@##*" <- parte em japonês que eu não entendi...
Eu: "Hm? X Ray??"
Enfermeiro: "X Ray... Wakai Josei... Baby... Pregnant...X Ray... Baby... Warui" (Wakai Josei = Moça jovem / Warui = ruim)
Eu: "NO! NO! NO BABY!!!"
Enfermeiro: "*rindo da minha cara* Baby... Test... Kensa... Hm... Exam...!" (Kensa = exame)
Eu: "AHHHHH Test? Ok, ok... But no baby...!"
Enfermeiro: "Kensa ok? Test Ok?"
Eu: "Ok, ok!"
Enfermeiro: "Jaa, ok"
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!! Coitado, deve ter suado frio na hora...
O raio x não sai na chapa, o resultado vai direto pra um PC, que fica na minha "salinha" e o médico acessa o resultado pelo sistema. O remédio também não tem receita, porque é comprado no próprio hospital e o médico também manda direto pra farmácia.
Saindo da sala de emergência você vai pra recepção.
MÓ GALERA.
Pior que o HU.
Pega senha. Espera. Atualiza os dados.
Vai pro guichê de pagamento. Pega a senha com código de barras.
Espera. No painel aparece a sua senha. Você vai pra um dos caixas automáticos e a máquina lê o código de barras e manda a conta (quase R$600).
Dinheiro ou Cartão. Tá pago.
Sai o recibo com outra senha, agora do remédio. Vai pro lugar do remédio. Chamou a senha?
Vai buscar no balcão, já sai o remédio com seu nome na etiqueta e tudo.
Agora pode ir pra casa.
O drama dos dois dias seguintes eu nem comento. Fiquei sem andar, tinha que pedir ajuda pra fazer tudo. O acidente aconteceu numa sexta e eu não precisei ir no trabalho. Além disso, como o acidente aconteceu enquanto eu ia trabalhar, o seguro-saúde daqui me reembolsou praticamente o valor integral do hospital (no Japão não tem SUS. No money, no doctor.)
Ainda bem que os amigos que tenho aqui são muito bonzinhos e praticamente não me deixaram sozinha :) Sou muito grata a eles.
Ainda tô machucada, mas já posso andar e amanhã vou sozinha numa clínica. Vamos ver o que vai dar, né?
Tudo bem?
Há quanto tempo!!
Enquanto São Paulo está lutando para dar espaço para as bicicletas, aqui em Tóquio é muito comum o pessoal ir pra cima e pra baixo pedalando. Eu acabei não resistindo e adquiri minha própria bici também.
Apesar de eu morar a 10 minutos a pé do trabalho, ou talvez por causa disso, eu sempre estou atrasada. Numa recente sexta-feira, não foi diferente. Neste dia, especialmente, eu estava com uma mala cheia de roupa e tranqueira, que eu coloquei na "cestinha". E, como ia sair à noite, fui de salto pro trabalho.
Super atrasada, fui descer correndo da bicicleta e acabei caindo dela. E ela resolveu cair em cima de mim.
Foto meramente ilustrativa.
Não consegui me levantar e um pessoal me ajudou. Mas foi bem assim: ajuda a levantar - "você tá bem?" - "sim" - "ok" - vai embora.
Bom, levantar eu levantei, mas andar... Fui tentar dar um passo e não consegui. Sentei num cantinho e ninguém veio me ajudar. Resolvi chorar de desespero, porque estava NA FRENTE do prédio onde trabalho, mas sem ter como chamar alguém. Até que uma baatchan (vovó) veio da lojinha dela até mim perguntando o que foi. Aí outra pessoa também parou para me ouvir e foi até o escritório chamar alguém.
Resumindo: não conseguia andar mesmo. E chamaram a ambulância. Fui pro hospital e o atendimento foi na hora, não esperei um nada (porque fui de ambulância. Indo normalmente pode ficar tranquilo que o chá de cadeira é igual ao do Brasil). Sinceramente, fiquei um pouco chocada com o jeito que é aqui, porque quem me examinou mesmo foram os enfermeiros. O médico só veio pra me abençoar, digamos assim, e ver o exame de raio-x.
No hospital da Universidade de Keio foi assim: cheguei no hospital, fui pra maca, mediram pressão, viram se eu sentia minha perna, tirei um raio x.
Ah, pra tirar o raio x aqui tem que fazer exame de gravidez. Eu NÃO sei falar exame de gravidez em japonês -ainda-. Segue o diálogo com o enfermeiro:
Enfermeiro: "X Ray... @*Y@##*" <- parte em japonês que eu não entendi...
Eu: "Hm? X Ray??"
Enfermeiro: "X Ray... Wakai Josei... Baby... Pregnant...X Ray... Baby... Warui" (Wakai Josei = Moça jovem / Warui = ruim)
Eu: "NO! NO! NO BABY!!!"
Enfermeiro: "*rindo da minha cara* Baby... Test... Kensa... Hm... Exam...!" (Kensa = exame)
Eu: "AHHHHH Test? Ok, ok... But no baby...!"
Enfermeiro: "Kensa ok? Test Ok?"
Eu: "Ok, ok!"
Enfermeiro: "Jaa, ok"
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!! Coitado, deve ter suado frio na hora...
O raio x não sai na chapa, o resultado vai direto pra um PC, que fica na minha "salinha" e o médico acessa o resultado pelo sistema. O remédio também não tem receita, porque é comprado no próprio hospital e o médico também manda direto pra farmácia.
Saindo da sala de emergência você vai pra recepção.
MÓ GALERA.
Pior que o HU.
Pega senha. Espera. Atualiza os dados.
Vai pro guichê de pagamento. Pega a senha com código de barras.
Espera. No painel aparece a sua senha. Você vai pra um dos caixas automáticos e a máquina lê o código de barras e manda a conta (quase R$600).
Dinheiro ou Cartão. Tá pago.
Sai o recibo com outra senha, agora do remédio. Vai pro lugar do remédio. Chamou a senha?
Vai buscar no balcão, já sai o remédio com seu nome na etiqueta e tudo.
Agora pode ir pra casa.
O drama dos dois dias seguintes eu nem comento. Fiquei sem andar, tinha que pedir ajuda pra fazer tudo. O acidente aconteceu numa sexta e eu não precisei ir no trabalho. Além disso, como o acidente aconteceu enquanto eu ia trabalhar, o seguro-saúde daqui me reembolsou praticamente o valor integral do hospital (no Japão não tem SUS. No money, no doctor.)
Ainda bem que os amigos que tenho aqui são muito bonzinhos e praticamente não me deixaram sozinha :) Sou muito grata a eles.
Ainda tô machucada, mas já posso andar e amanhã vou sozinha numa clínica. Vamos ver o que vai dar, né?
sexta-feira, 1 de março de 2013
Regras, o dormitório e a chuva
Oi gente :)
Depois de muitos (dois) pedidos, estou aqui tentando escrever outro post legal.
O chá e as regras
Bom, vocês já sabem que eu falhei com o chá e com a ordem de sentar na sala de reuniões, né? Naquele mesmo dia eles me deram uma cópia de um manual de como sentar na sala de reuniões. Infelizmente eu esqueci a folha no escritório e não posso mostrar pra vocês :(
Na sexta, o dia do chá, eu já estava bem contente com a minha incapacidade de servir bem quando uma chefe me chamou para a sala de reuniões. Lá, ela me disse que eu não poderia comer enquanto trabalho, porque eu sou paga por hora (nem sabia) e que comer, até mesmo um chocolate, atrapalha o rendimento (sério?).
Acontece, meninos e meninas, que eu trabalho das 10h00 às 18h00 e tenho uma hora de almoço. A chefe, muy amiga, disse que eu deveria almçar em 45 minutos caso eu quisesse fazer um lanchinho de 15 minutos à tarde. Além disso, ela ainda me disse que eu deveria, cahem, "olhar o que os outros estagiários fazem e tentar imitá-los".
Conversando mais tarde com um jovem japonês, ele me disse que isso é típico daqui: as regras não são ditas, você tem que ver o que os outros fazem e daí imitar. Isso é chamado de Kuuki yomeru (空気読める), mais ou menos "ler o ambiente/atmofera)
Minhas considerações:
1) Adoraria que eles não tivessem esperado um mês para me falar que eu não deveria comer
2) Na segunda-feira, uma outra estagiária ficou a manhã inteira com uma caixa enorme de biscoitos ao lado dela, comendo que é uma beleza... Eu devia MESMO aprender com eles.
3) De tudo que já rolou até agora, o que mais me incomodou até agora foi essa política de "maria vai com as outras".
Tudo isso é cultural, e não tenho muito o que fazer. Então estou seguindo as regras, mesmo que alguns outros estagiários não sigam.
Mas, se eu tenho que olhar os outros estagiários e imitá-los, então eu também deveria comer, certo?
Fiquei confusa :/
Meu dormitório
Eu moro no dormitório da empresa, então chego em 10 minutos a pé no trabalho. O que é muito bom, porque aqui a passagem mais barata de trem está em torno de 150 ienes, uns R$3,80. Quanto mais longe a distância, mais caro a passagem.
Aqui no apartamento moram mais dois caras japoneses e uma coreana. São todo muito legais, exceto pelo faot de que não pagaram a conta da internet direito desde julho e agora estamos sem internet. NO. JAPÃO.
(Este post tem o patrocínio de um bróder que me emprestou o Pocket Wifi dele por umas duas semanas).
Os marotinhos que moram comigo, além de não pagarem a conta, também não ligaram pra NET japonesa pra regulamentar a situação. Sendo assim, eu mesma liguei, mas a NET japonesa, como qualquer outra NET, falou pra eu ligar no dia seguinte pra outro número.
Daí o japonês 1 levou uma semana pra ligar e, quando conseguiu resposta, enviou a seguinte mensagem "Eu tô no portão de embarque pra Tailândia, não vai dar pra eu resolver isso agora."
Detalhe: a conta tá no nome dele. Nós não somos parentes. Não podemos pedir segunda via das contas.
O bonitinho tá fazendo um mochilão pela Ásia durante um mês.
...
Sentiram o drama?
"MAS ANA, PORQUE VOCÊ NÃO PAGA A CONTA?"
- Porque eu moro de grátis, beibe :/
Voltando ao dormitório, que apesar das falhas humanas, é um ótimo lugar.
Atualmente eu moro praticamente sozinha, porque a moça que mora aqui está na Coreia agora e o outro japonês eu nunca vejo (só vejo a louça, o lixo que ele não tira, a roupa que ele larga na máquina e não estende...).
Vou tentar mostrar como é o apartamento aqui... Não pensem que todo mundo mora nesse tipo de casa, ok? Amanhã tento postar onde que o pessoal geralmente mora.
High-Tech! O assento é quentinho, sem problemas com friaca se quiser fazer pipi de madrugada.
Não tenho coragem de usar, mas basicamente é um jato de água que serve como bidê... Eu acho...
Por favor, reparem em: a) sujeira do azulejo e como não há coragem no mundo pra usar a banheira; b) altura do chuveiro; c) quantidade de embalagens.
Entrada da casa. Sapatinhos gracinhas, mas essa caixa da HITACHI é uma secadora que chegou há um mês e ainda não foi instalada.
A sala, que não tem nada.
A cozinha <3 Sem reclamações.
Eu realmente queria ajudar mais com os problemas do dormitório, mas com o meu nível de japonês fica tenso. Se ao menos eles chamassem o tiozinho que instala as coisas, eu ficaria em casa pra receber... Mas nem isso :/
A chuva
Quem acordou mais cedo pra lavar a roupa pra aproveitar o dia de sol?
EEEEEEEEEEEEEEEEEEEU!!!
Quem chegou em casa depois de uma baita chuva e encontrou toda a roupa molhada e caída no chão?
:D :D :D :D :D :D
Nããããããããããããããão!!!!!!!
Zica pouca é bobagem...
MOMENTO PROPAGANDA!!!
Não dá pra atualizar sempre o blog, mas um dos meus trabalhos na empresa é atualizar o OTOKU JAPAN, uma página do Facebook onde a gente (uma estagiária francesa muçulmana e eu) posta sobre o nosso cotidiano aqui no Japão. Se conseguirmos 1000 likes, a gente ganha uma viagem bancada pelo chefe, então vamos curtir a página e ajudar a coleguinha, ok??
CLIQUE AQUI <3
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Quer estudar no exterior, mas não sabe por onde começar?
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
O Desafio de Servir o Chá
Aqui no Japão, assim como no Brasil, sempre que tem uma reunião na empresa a gente serve alguma coisa. No Brasil, café. No Japão, chá.
No Brasil não tem muita regra, né? Não derrubando o café no pires e sendo educado, tá tudo certo.
O mesmo não acontece por aqui.
Uma colega de trabalho me chamou para ajudar a servir o chá, mas eu não podia ir até a sala de reuniões porque "tem algumas regras".
Então eu coloquei na cabeça que até o final do estágio eles confiem em mim para que eu possa servir o chá. Conversei com o chefe e disse que queria aprender, pois é muito diferente do Brasil, e ele permitiu que começasse a servir o chá, acompanhada, em algumas reuniões.
Hoje foi meu primeiro dia e já falhei miseravelmente...
Vamos ao passo-a-passo do que eu já aprendi até agora:
- Segurar a bandeja com a mão esquerda embaixo e a direita na alça
- Bater na porta 3 vezes.
- Entrar e dizer "Shitsurei Itashimasu" ("desculpe por interromper")
- Ir até o lado direito do cliente e servir o chá com a mão direita (falar douzo)
- Segurar a bandeja ao lado do corpo
- Sair sem ficar de costas para o cliente (aqui tem que ser muito ninja pra fazer sem parecer uma doida saindo de ré)
- Abrir a porta estando de costas para ela (porque se vc abrir normalmente, vai ficar de costas pro cliente)
- "Shitsurei itashimashita"
FIM!
Não é fácil, sério.
Então hoje, após finalmente atender direito o telefone da recepção, eu resolvi que era a minha hora de servir o chá - acompanhada da minha instrutora, claro.
Lá vou servir o chá e... o cliente não está sentado!!! NÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!!!!!!!!!
Fiquei mais perdida que barata tonta. Minha instrutora, ao ver minha cara de desespero, prontamente indicou que o convidado se sentasse no lugar X, mas acho que a minha cara assustou tanto o moço que ele sentou no lugar errado e eu tive que servir o chá lá mesmo.
E na hora de sair eu me curvei do jeito errado também.
Bom, até então eu não sabia (lembrava) que tinha lugar certo. Na verdade, os clientes/convidados devem se sentar no lugar mais ao fundo da sala, longe da porta.
Resultado: quando o presidente da empresa entrou na sala, não deu 5 minutos para ele sair e vir falar comigo que no Japão tem uma ordem certa para se sentar. Ele ainda aproveitou para chamar o cliente e outra gerente, francesa, para a conversa.
Depois o assunto mudou do nada e eu fui gentilmente convidada a me retirar...
...Tudo isso por uma xícara de chá.
Me sinto uma falha humana, sério, que tristeza não saber nem servir o chá!
Meus próximos desafios (pessoais) são:
1) Servir o chá direito;
2) Passar no teste de atender o telefone. (Tem um manual com o que eu devo falar e preciso treiná-lo. Quando me sentir pronta, devo falar com o setor administrativo e pedir para que eles apliquem a prova. SE eu passar, posso atender o telefone)
O negócio é tão sério que tô pensando até em arranjar uns livros, tipo esse.
Wish me luck!
P.S.: Finalmente criei vergonha na cara e estou postando novamente!Depois prometo que faço um post resumindo as últimas aventuras.
No Brasil não tem muita regra, né? Não derrubando o café no pires e sendo educado, tá tudo certo.
O mesmo não acontece por aqui.
Uma colega de trabalho me chamou para ajudar a servir o chá, mas eu não podia ir até a sala de reuniões porque "tem algumas regras".
Então eu coloquei na cabeça que até o final do estágio eles confiem em mim para que eu possa servir o chá. Conversei com o chefe e disse que queria aprender, pois é muito diferente do Brasil, e ele permitiu que começasse a servir o chá, acompanhada, em algumas reuniões.
Hoje foi meu primeiro dia e já falhei miseravelmente...
Aquele treinamento básico...
Vamos ao passo-a-passo do que eu já aprendi até agora:
- Segurar a bandeja com a mão esquerda embaixo e a direita na alça
- Bater na porta 3 vezes.
- Entrar e dizer "Shitsurei Itashimasu" ("desculpe por interromper")
- Ir até o lado direito do cliente e servir o chá com a mão direita (falar douzo)
- Segurar a bandeja ao lado do corpo
- Sair sem ficar de costas para o cliente (aqui tem que ser muito ninja pra fazer sem parecer uma doida saindo de ré)
- Abrir a porta estando de costas para ela (porque se vc abrir normalmente, vai ficar de costas pro cliente)
- "Shitsurei itashimashita"
FIM!
Não é fácil, sério.
Então hoje, após finalmente atender direito o telefone da recepção, eu resolvi que era a minha hora de servir o chá - acompanhada da minha instrutora, claro.
Lá vou servir o chá e... o cliente não está sentado!!! NÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!!!!!!!!!
Fiquei mais perdida que barata tonta. Minha instrutora, ao ver minha cara de desespero, prontamente indicou que o convidado se sentasse no lugar X, mas acho que a minha cara assustou tanto o moço que ele sentou no lugar errado e eu tive que servir o chá lá mesmo.
E na hora de sair eu me curvei do jeito errado também.
Bom, até então eu não sabia (lembrava) que tinha lugar certo. Na verdade, os clientes/convidados devem se sentar no lugar mais ao fundo da sala, longe da porta.
Resultado: quando o presidente da empresa entrou na sala, não deu 5 minutos para ele sair e vir falar comigo que no Japão tem uma ordem certa para se sentar. Ele ainda aproveitou para chamar o cliente e outra gerente, francesa, para a conversa.
Depois o assunto mudou do nada e eu fui gentilmente convidada a me retirar...
...Tudo isso por uma xícara de chá.
Me sinto uma falha humana, sério, que tristeza não saber nem servir o chá!
Lado direito, mão direita...
Meus próximos desafios (pessoais) são:
1) Servir o chá direito;
2) Passar no teste de atender o telefone. (Tem um manual com o que eu devo falar e preciso treiná-lo. Quando me sentir pronta, devo falar com o setor administrativo e pedir para que eles apliquem a prova. SE eu passar, posso atender o telefone)
O negócio é tão sério que tô pensando até em arranjar uns livros, tipo esse.
Wish me luck!
P.S.: Finalmente criei vergonha na cara e estou postando novamente!Depois prometo que faço um post resumindo as últimas aventuras.
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